No dia 18 de Setembro de 1938, no Concurso promovido pelo então Secretariado da Propaganda Nacional, a Azinhaga, foi considerada a Aldeia Mais Portuguesa do Ribatejo.
Este concurso teve como objectivo eleger a Aldeia Mais Portuguesa da Portugal, tendo sido vencedora a aldeia de Monsanto. As restantes finalistas, em jeito de compensação, foram eleitas as "Mais Portuguesas" das respectivas regiões. A Azinhaga disputou o título do Ribatejo com a aldeia do Pego.
Azinhaga engalanou-se para receber o júri nacional, fê-lo admirar a casa campesina de quintal florido, símbolo do asseio ribatejano, mostrou-lhe todos os seus curiosos costumes, até há pouco conservados. Lavradores e campinos cavalgavam, lindas raparigas exibiam os seus alegres cantares e graciosos movimentos bailados, procedeu-se à desmama do gado bravo e depois à passagem do mesmo no rio Almonda, finda a qual foi exibida a rica gastronomia da região. A tarde foi preenchida com bailados e descantes, uma brilhantíssima parada agrícola e para encerrar com chave de ouro, a passagem desenfreada dos touros com milhares de pessoas enfrentando-os de peito feito.
Um dia inesquecível tinha acontecido em Azinhaga. A Junta de Província do Ribatejo aclamou-a, toda a imprensa lhe teceu rasgados elogios e Adolfo Simões Muller cantou-a num poema:
"Azinhaga, a campina, rubra flor
Paleta viva dum genial pintor
Cujas tintas ganhassem movimento."
Responsável por momento tão sublime na vida desta terra, todo um povo que Augusto Barreiros homenageou:
"Mas foi a população anónima de Azinhaga que, com a sua garra, a sua força, a sua índole, lhe emprestou, inteirinha, o que tinha dentro para a grandiosidade que a festa, em hora única, alcançou. E para nunca mais, que nunca mais será possível, aqui, acontecimento de tamanha envergadura."
Comentários
Enviar um comentário